Segunda-feira, 26 de Outubro de 2009
Todos conheceremos esta expressão, mas poucos saberão a sua origem.
Em 1916, como se sabe, Portugal entrou na I Guerra Mundial, ao lado dos Aliados, enviando dezenas de milhares de soldados para a Flandres e para o Norte de França.
A maioria destes soldados nunca tinham visto mais do que os estreitos horizontes da sua aldeia. A guerra das trincheiras seria para eles uma duríssima provação e uns bons milhares ficaram para sempre sepultados em terra estranha.
Mas, de vez em quando, os da linha de combate eram substituidos para gozarem uns breves dias de repouso. Iam então às aldeias e cidades francesas próximas da frente, às "casas de meninas" e às tabernas. Bebiam geralmente vinho corrente, porque para mais não dava o magro pré. A não ser quando algum mais abonado resolvia comprar vinho engarrafado.Uma "botelha" de um dos grandes e afamados vinhos de Bourgogne.
Os nossos soldados dificilmente chegariam a um Chambertin ou a um Clos-Vougeot, muito menos ainda a um Romanée-Conti. O vinho de preço mais acessível era o Pommard.E, bebendo este raro nectar, muito melhor que qualquer outro que já lhes tinha descido pela garganta, exclamavam: "Que pomada"!.
Quando regressaram a Portugal, os combatentes da Flandres trouxeram na memória o gosto do Pommard. E, se um dia voltavam a provar um vinho que se lhe assemelhasse, voltavam a exclamar:
"...isto é cá uma pomada!"