Quando arrota, engasga-se com o toucinho
Do porco que desenterrou do quintal do vizinho
Boiam-lhe na pança, nadando, as larvas
Loucas pelo cheiro do azedo vinho
Sente vómitos azedos que renega
Esforçando-se para os não ejacular
Puxa p’ra si a malga, acaso o não consiga
Para os voltar a aproveitar
Aos pés de cada couve onde defeca
Das que pôs um quarteirão
Medram nelas viçosas folhas
Nas outras ainda não
Que estranha natureza esta
Que o que em si instalou
Transforma em alimento
Aquilo que antes defecou
Borra-se que nem um porco
Suja de merda os fundilhos
Escarra no prato da sopa
E urina p’rós atilhos
Cheira mal que nem um porco
Tem pulgas que nem um cão
Tem a boca fedorenta
Nem sabe o que é sabão
É estúpido mas não o sabe
É um macho sem prazer
É feio e malfeitoso
Não sabe ler nem escrever
Foi um dia ao cemitério
Pedir p’ra ser enterrado
Escorraçado como doido
Voltou p’ra casa danado
Tal tipo de gente é
Que imaginar não consigo
Vive no curral do gado
Fazendo as vezes de chibo
Em tal estado se consome
Esta besta desgraçada
Misturado no rebanho
Nem de chibo vale nada
. CARTAS DE AMOR, OU NÃO, D...
. O PINTOR
. Manuel Augusto Alcobia Gr...
. MEDICINA TRADICIONAL - Do...
. A CARTA
. MANIFESTO - Um tempo atrá...
. O GRACIANO DO CASAL DA MA...